Paz

Calmo, tranqüilo, sem querer mais,
Sonhos e castelos no ar já não se faz,
Amores, paixões, lutas não se pensa jamais,
Será que a natureza esta preparando minha paz.

Paz que para alcança-la se mata, se morre,
Paz tão desejada, tão brigada, tão lutada.
Paz interior, paz familiar, paz universal.
Será que a paz é tudo e ao mesmo tempo é nada.

Pobre humanidade que vive guerreando pela paz
Pobre homem que tanto faz e tanto reza pela paz
Pobre paz que se pensar direitinho só a morte trás.

Talvez o bom da paz esteja só nos lampejos
Nos intervalos das dores, das paixões dos amores,
Talvez o ideal da paz seja só um ideal.
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Moacir Carneiro Leão, Livro Universo Interior, Recife 1991