terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Senhor Deus

Em voz todo poder concentra
Assim como toda duvida se encontra
Como pai do amor és o próprio amor...
Onde existe amor, existe a paz e o senhor

Se criastes a vida, a vida és
Em tu também mora todo o revés
Se és tudo, tudo está em ti
O choro, o riso, o amor, a dor...

Só não consigo por incapacidade
Vislumbrar tanta grandeza sem idade
Antes do tempo, sem tempo, sem fim...
Do nada vindo, para o nada indo...


É complicado para um filho teu limitado
No tempo nascendo, morrendo a tua imagem
Que não disseram invertida, inacreditado
Tu que és simples e tão complicado...

3 comentários:

Anônimo disse...

aproveitando o tema do verso do sr. hoje troco uma idéia com o sr. sobre Vida, Espírito, Leis e Religiões.
Desde que tomou conhecimento de sua existência, o homem está em permanente busca do sagrado. Todas as religiões celebram ritos com a finalidade de confrontar com o divino. É desta forma que a geografia, ainda hoje, é transformada em cosmologia e o homem em seu centro transforma-se em "cosmocrata". O começo tanto do tempo, como da criação permanece no centro e a partir deste ponto irradiam manifestações em círculos concêntricos. Esta experiência universal encontrou sua expressão através de incontáveis danças e ritos religiosos celebrando as mais diversas tradições sagradas de todo o mundo.
Em muitas culturas, associam-se o eixo vertical e horizontal à imagem da "Árvore da Vida", onde o primeiro é o caminho de subida e descida do poder e o segundo sua manifestação na criação.
O espaço sagrado facilita a orientação do devoto no tempo e no espaço enquanto proporciona o marco central no "Axis Mundi" ou centro do mundo, para o culto que transforma o caos em cosmos e torna possível a vida humana.
A anatomia humana, com seus seis pontos de orientação no espaço, dispõe de um sétimo ponto, invisível, onde se cruzam os eixos, o centro do homem, - lugar do coração - que serve de campo de batalha para as duas forças da vida: o bem e o mal.
Através de rituais o homem atinge um estado que o torna útil em sua tarefa de vida, o que implica na morte para posterior ressurreição num estágio superior de bem estar e bem servir ao poderoso do universo. O tema da morte como vida discorre com um fio através da história das tradições sagradas em todas as partes do mundo. A morte seguida da vida aparece como transformação de uma força indestrutível e única.
A obediência e sacrifício constituem um elemento fundamental da religião, como expressão de submissão total ao divino. A viagem tortuosa dos mortos é considerada primordial para a entrada no mundo divino.
Em todas as crenças o criador é encarado como Deus que dita os princípios da ordem e justiça. No pensamento cristão, o mal surge exclusivamente do mundo criado, finito, o qual se submete à justiça divina.
Nas sociedades matriarcais, venera-se o feminino sob a forma de grande deusa, cujo corpo, em matéria tecida pelo tempo, dava continuidade ao universo inteiro. Era o símbolo de todos os processos de transformação, pois nele se uniam a terra, a água, o ar e o fogo. As ocasiões do nascimento, matrimonio (união sexual) e da morte eram consagrados e celebrados em sua honra.
O núcleo de todos os cultos está no grande ciclo da vida, do nascimento à morte. A ideia fundamental é que a morte é a fonte de uma nova vida que consiste na ressurreição da matéria. Em termos religiosos isto significa o auto sacrifício periódico em vista de uma vida superior. Até nos documentos do cristianismo o apóstolo Paulo teria dito: "Se semear um corpo natural, surge um corpo espiritual".
Na evolução da espécie, o homem, aos poucos vai tomando consciência da dependência mútua pela qual as influências circulam entre o universo e o corpo humano. Tentando a todo o momento intensificar a vida, experimenta o encontro com seu interior, como uma vida de maior profundidade e riqueza. O homem sente-se como medida de todas as coisas e no encontro consigo mesmo, busca a revelação divina que nele adquire forma e cor. Vendo seu corpo como instrumento para encontro com o divino, segue as regras ditadas pelos sábios que considera em estágio superior de evolução que lhes dá o direito a um contato direto com o divino.
O problema da origem da vida ocupa um lugar central em todas as perguntas biológicas e filosóficas. Esta questão é de fundamental importância quando se fala da vida extra-terrestre. São inúmeras as teorias que tentam explicar esta origem, mas podemos sintetizar em três: 1-A vida não pode ser descrita em termos físicos e nem químicos pois seria de origem sobre-natural. 2- A vida teria origem na geração espontânea a partir de matéria inerte,podendo surgir em qualquer lugar onde haja combinações químicas que permitam sua existência. 3- A vida seria eterna, assim como a matéria. Nesta condição a vida na terra teria surgido de uma série de combinações químicas progressivas.
A vida é um poder invisível, mas todos sabem que existe e é real. Não se pode confundir corpo físico com vida. A vida está dentro do corpo e não o corpo dentro da vida. O corpo funciona ou vive, mas não é vida. Não haverá dificuldade de entender nossa origem e nosso destino se aceitarmos o fato de que somos simples energia e portanto, Poder da Mente Cósmica Universal que sempre foi e sempre será vida.
A ideia de que a vida tem como base o sobre-natural faz parte que quase todas as religiões e é defendida em todos os movimentos idealistas.
Durante muitos séculos acreditou-se que o homem era produto do sobre-natural e que a maioria dos animais tinham origem na geração espontânea. Aos poucos foi-se comprovando que, numa ordem de dimensões crescentes, cada ser vivo tinha seus próprios progenitores.
Em 1850, Louis Pasteur, cientista frances, descobriu que mesmo as mais minúsculas das criaturas provinham de germes que populavam o meio ambiente. No final do século XIX, Arrhenius estabeleceu a hipótese de que a vida terrestre provinha da Panspermia, conjunto de organismos e esporos que viajavam de planeta em plantea e de sistema solar em sistema solar, e que eram os produtores da vida em todo o Universo. Entretanto esta teoria não explicava como aqueles organismos conseguiam sobreviver ao frio e as radiações dos espaços interestelares.
Uma vez descartada as hipóteses da geração espontânea e da Panspermia, permaneceu um pé a hipótese química. Este caminho foi trilhado por Thomas Henry Huxley- (1825x1895) e John Tyndal -(1820x1893), porém ambos tinham ideias muito vagas de como se poderiam realizar os processos químicos prebióticos.
Existe a convicção de que a atmosfera primitiva, que teria possibilitado o surgimento da vida, era muito rica em hidrogênio e pobre em oxigênio. Esta conclusão surgiu em 1929 quando se descobriu que o hidrogênio era o elemento mais abundante no sistema solar: aproximadamente 80% de sua massa total.
Nas teorias atuais, a evolução da matéria se associa à edificação lenta e gradual, com formas complexas dos diversos elementos reconhecidos pela Química e pela Física.
Os átomos de hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênio são os elementos mais comuns na constituição dos congregados moleculares que formam a estrutura dos seres vivos. Alguns constituintes vitais contém quantidades menores de enxofre e de fósforo. Metais que, em pequenas proporções, aparecem unidos a outras substâncias em certos processos bioquímicos, tais como ferro, cobre, magnésio, cálcio, sódio, potássio, etc. também são essenciais à matéria viva. Estes elementos metálicos constituem talvez a relação mais patente dos seres do mundo animado com o mundo mineral.
Como vimos, a ciência evoluiu a ponto de poder explicar como surge a vida da matéria, mas como ficam as religiões? Qual a importância que continuam tendo para os humanos?
Quando os seres humanos passaram a viver em tribos, ou seja, em sociedade, surgiu a necessidade de uma organização com leis e normas para garantir a ordem e o respeito entre seus membros.
Hamurabi, rei da Babilônia (1750 ou talvez 1730 - 1685 a.C.), criador do Império Babilônico, criou também as primeiras leis de que se tem notícia. Seu "Códgo de Hamurabi" é uma das leis mais antigas da humanidade e está gravado em uma estela cilíndrica de diorito, descoberta em Susa e conservada no Museu do Louvre. Leis feitas para proteger a propriedade, a família, o trabalho e vida humana.
Contudo, as leis humanas não são instrumentos capazes de garantir a ordem num mundo tão complexo e com tantas diversidades. Pela sua própria natureza, o homem só respeita a lei por temor e assim, para complementar estas leis, surgem as leis divinas que garantem que a justiça será feita por um poder superior que nunca pode ser enganado. Surgem as religiões para doutrinar os povos e orientá-los a não cometer crimes (pecados), incutindo em suas mentes que mesmo os crimes não conhecidos serão punidos por Deus. Dessa forma fica muito mais fácil manter sob controle a crescente massa humana, cuja explosão demográfica descontrolada não poderia ser ordenada apenas pelas frágeis leis para crimes conhecidos. Com as crenças e religiões o homem passa a respeitar as ordens supostamente vindas de um poder supremo para conseguir saúde, paz e prosperidade e, após a morte, garantir um lugar no idealizado mundo divino. Para o homem simples é mais fácil acreditar no sagrado do que compreendê-lo. Bem poucos são os que conseguem reunir os conhecimentos necessários que lhes permitam ver mais longe eassim romper o cárcere que os prendem a preconceitos e supertições. O mais cômodo é esperar a recompensa de uma vida melhor após a morte.
Ao longo de toda a história da humanidade, a perversidade humana sempre esteve presente e assim é melhor que o homem seja subjugado por crenças e superstições, pois viver sem religião o tornaria muito perigoso para sua própria espécie.
É fato que nosso corpo é produto de matéria estelar, mas estamos longe de entender as muitas leis do invisível.
E o espírito? Será ele uma força invisível? Será que é o espírito que domina a matéria cuja ordenação química permite o surgimento da vida? Estas perguntas estão aí e outra surgirão.

Vivemos num mundo onde tudo é veloz e com muita urgência buscamos respostas que só o tempo poderá dar. Ora, se o Universo surgiu a 15 biliões de anos; o sistema solar e com ele a terra a 4 ou 5 biliões; a vida sob forma de organismos multi-celulares que, segundo estudos recentes, teria surgido a apenas 3.100 milhões de anos; os organismos multi-celulares que surgiram a 1.100 milhões de anos; os dinossauros teriam surgido a cerca de 225 milhões de anos e desaparecido a apenas 65 milhões de anos; o Homo erectus - espécie extinta de hominídio - viveu entre 1.800 mil anos a 300.000 anos; Se existiu, Jesus Cristo - origem da era cristã - teria surgido a apenas 2.008 anos, Por que tanta pressa? - Somos apenas uma micro-fagulha do universo e ele tem todo o tempo do mundo para nos aprimorar e nos ensinar.

Quando entramos na era industrial, a pouco mais de 100 anos, criamos mecanismos de desequilíbrio entre a vida e a natureza. O homem que pensava tê-la dominado descobre sua impotência diante de suas manifestações e busca, através de suposta proteção ao meio ambiente, reconciliar-se com ela. Mais uma vez as atitudes são motivadas pelo medo. Será a ecologia a mais nova religião?

Antônio M.

Anônimo disse...

O pensamento, único tesouro que Deus põe fora do alcance de todo o poder e guarda como um elo secreto entre os infelizes e Ele próprio.
Letícia

Anônimo disse...

Existe uma coisa que se chama ilusão coletiva. São coisas que os seres humanos encontram para explicar o desconhecido.
O homem, desde seus primórdios, quando se deparou com temporais e fenômenos da natureza, os atribuiu aos "Deuses". Assim ficou fácil, tudo o que o ser humano não pode justificar ou explicar é atribuído a Deus.
Os índios já diziam: "Pobre do homem branco que não enxerga seu Deus". Afinal, para eles, os deuses eram o sol e a lua, a chuva e os trovões. No entanto, como a ciência explica perfeitamente a composição desses astros e fenômenos, Deus teve que ser "promovido", se tornando um senhor supremo. Apesar de ser politeísta, foi na Grécia Antiga que surgiu a idéia de um "Deus maior", Zeus no caso. Quando Sêmele pediu que Zeus se apresentasse em todo o seu esplendor, morreu fulminada.
Ou seja, a mentalidade da religião hoje é idêntica à Grécia Antiga.
A glória de Deus nos é indigna, então por isso devemos estar sempre orando e vigiando, sob o risco de sermos punidos com a eternidade no inferno. Então não consigo associar a figura de Deus à coragem. As figuras cristãs com as mais lindas obras sociais são as que colocam o amor ao ser humano acima do amor a Deus. A coragem humana está na sua condição física, psicológica e fisiológica; um mero jogo de hormônios que nos deixa em estado de alerta e aumenta a força física para situações em que isso seja necessário. Muitos cultos petencostais se utilizam de técnicas que estimulam a produção de adrenalina. A constante citação de um "inimigo" ou às ameaças do "mundo" colocam a pessoa numa situação de alerta, como se de fato fosse ser atacada. Essa é a condição da coragem divina, dar o "171" no cérebro.
Esclareço que não sou ateu, e sim agnóstico teísta. Ou seja, sou agnóstico por apenas reconheço ser incapaz de provar a existência ou não de Deus e teísta, porque apesar disso, sou simpático à idéia de Deus. Mas acredito em Deus como uma grande metáfora para o mundo em seu plano abstrato. Deus seria a minha experiência, meus anseios, desejos, objetivos, sentimentos e sonhos e sua relação com os das outras pessoas.
Leandro