sexta-feira, 12 de junho de 2009

Juro!!!

As vezes penso que não sou "eu", quando pego um dos cento e tantos livros escritos, abro em qualquer página e deparo-me com sonetos ou escritos como "felicidade e paz", no livro 45.

Sinônimo pelos quais a humanidade clama
Não desejando nada mais
Base onde Jesus acendeu sua chama
Mostrando os caminhos
Que não levam a fama
Porém conduzem a verdadeira Paz
Paz que pode ser tudo ou nada
Nos esclarecimentos dos começos e dos fins
Daquilo que refere ao material
Como no brilho de uma estrela, que nasce
Ou de um botão que transforma-se em rosa
E ainda nas complexidades humanas
Iniciada com a inocência terna de uma criança
Terminando na passagem triste do homem
Paraoutros planos misteriosos
Sem saber se guardamos as personalidades
Ou simplesmente transformam-se
Em outras matérias
Sem mais aquela necessidade
De paz e felicidade
Pois já são as "mesmas"
Em suas formas naturais...
Palavras assim sem preocupação do certo, da mentira, da beleza literária, conduzem a uma reflexão profunda.

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo! que poesia... amei.
Parabéns.
Letícia.

Anônimo disse...

Uma mesa cheia de feijões.
O gesto de os juntar num montão único. E o gesto de os separar, um por um, do dito montão.
O primeiro gesto é bem mais simples e pede menos tempo que o segundo.
Se em vez da mesa fosse um território, em lugar de feijões estariam pessoas. Juntar todas as pessoas num montão único é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas.
O primeiro gesto, o de reunir, aunar, tornar uno, todas as pessoas de um mesmo território é o processo da CIVILIZAÇÃO.
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da CULTURA.
É mais difícil a passagem da civilização para a cultura do que a formação de civilização.
A civilização é um fenómeno colectivo.
A cultura é um fenómeno individual.
Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura.

Almada Negreiros, in "Ensaios"

Abs.
Antônio M.