quinta-feira, 25 de junho de 2009

Do nada

Quanto precisamos do nada
Para termos a ilusão de uma beleza
Que chamamos céu e natureza
Neste vazio sem interferencia

Visualizando a cor
Que ninguem atreve-se
Negar ou se opor
Apesar de vista é incolor

Coisas explicadas mas não entendidas
Fenômenos e mistérios na vida dividida
Dizem do quanto pequeninos somos

Pensando bem como fomos
Fruto de um prazer talvez nem pensado
Crescemos, estamos sem saber muito de passados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ser passivo, submisso. Aceitar conviver com absurdos e acatar ordens sem nem mesmo concordar com elas. Ou ainda, nem sabendo direito o que está obedecendo.A princípio, até mesmo fazer um esforço imenso, desgastante, para se convencer a não pensar a respeito, não se importar, não se indignar. Não perguntar! Permanecer ignorante a respeito. Para demonstrar que não está nem aí!Mas com o tempo, após tanto esforço, tanta repressão do sentir, tanta inibição da capacidade de raciocínio, consegue se convencer que não se importa mesmo, que aquela situação absurda e ilógica que você vivenciou, não lhe diz respeito. Que aquele fato injusto, não lhe causou nenhuma indignação! Que solucionar aquela dúvida sua, não importa.E a vida transcorre desta maneira. Você chega até mesmo a tentar se enganar, que está vivendo de verdade a própria vida.Constantemente repete baixinho para você mesmo, que tudo bem! Tudo bem que não teve o reconhecimento esperado pelo trabalho que se esforçou tanto para realizar. Tudo bem que não se sente respeitado pelas qualidades que tem. Tudo bem se aquela pessoa constantemente, através dos comportamentos que tem, lhe provoca tanto mal estar. Você insiste em continuar tendo contato com ela. Você em nenhum momento faz nada para manter distância delas!Tudo bem mesmo!Tão bem, que apesar do imenso desconforto que constantemente sente, você não faz o mínimo esforço para mudar nada! Você precisa reforçar a idéia e a imagem que acredita ter, que é invulnerável. Inatingível! Que não se importa com nada disso mesmo! Aquela frase que queria ter dito, fica martelando na sua cabeça! Mas tudo bem, acaba pegando no sono. Por exaustão ou por um daqueles santos remedinhos que te fazem apagar, ou ainda, aquela bebida milagrosa que te desliga de tudo!E assim vai levando a vida. Ou vai sendo levado por ela. E conduzido por alguém.Mas, tenho certeza que de vez em quando, ou de quando em vez, você chega a querer esboçar alguma reação, ou ainda, deixar transparecer sua indignação. Mas é só isso! De acordo com o que você acredita que seja a opinião da maioria, não compensa! Não adianta mesmo! Nadar contra a correnteza, requer muito esforço, dá uma cansaço danado. E você não quer se cansar! Nem ter trabalho!Diante disso, prefere soltar as rédeas da sua vida, e deixar se levar! E você até que acaba acreditando mesmo e se acostumando com esta falta de reagir, de se posicionar, de dar opiniões, fazer criticas, questionar, pedir explicações. Acostuma-se tanto que passa a ter comportamentos, com os quais nunca concordou. De tanto não estar nem aí, você acaba não existindo mesmo. E nem sendo importante, ou fazendo parte de nada. Você, após tanta insistência, tanta negação dos seus quereres, da sua falta de usar a própria capacidade de raciocínio, sumiu! Depois de tantos longos anos se anulando, corre um risco muito grande de realmente vencer. De conseguir! Você talvez até consiga mesmo passar a ser nada! Nada é assim: nada não existe! Nada não faz falta, não incomoda, não é visto, não ocupa espaço. Nada! Nada é nada!
Antônio M.